O Parque Estadual do Rio Cocó Fortaleza é um parque estadual localizado na cidade de Fortaleza, Ceará, sendo uma área de conservação da vida natural.
Tem uma área de 1.575 hectares da zona limite entre as cidades de Fortaleza e Maracanaú, no Anel Viário, até a foz do Rio Cocó, na Sabiaguaba, passando por 15 bairros da Capital, sendo assim o quarto maior parque urbano da América Latina e do Brasil.
O nome do parque tem origem no rio que ultrapassa todo o limite do mesmo, o Rio Cocó, o que explica a formação de matas ciliares, dunas e manguezais.
O numero de visitantes vem se tornando crescente a medida que a própria população fortalezense redescobre o parque e todas as suas vantagens para a metrópole, tendo saltado de 15 mil em 2014 para mais de 60 mil em 2016, sendo este só o número de visitantes controlados pela administração do Parque, ou seja, somente aqueles que realizam agendamentos para trilhas guiadas, passeios de barco e outras atividades, sem contar todos os outros que diariamente fazem exercícios no local, passeiam aos fins de semana ou participam de grandes eventos, como shows. O crescimento nas visitas ao Parque é comemorado pela administração do espaço, que espera que o movimento continue aumentando. “É um parque que a gente tem que defender, fazer com que as pessoas se empoderem dele. É incrível como o fortalezense ainda não conhece o Parque do Cocó. Para se empoderar, é preciso conhecer, visitar. Ninguém ama o que não conhece, por isso temos estimulado que as pessoas usem esse equipamento público, respeitando a natureza e a coletividade”, afirma o atual responsável pela gestão do Parque do Cocó, Paulo Lira em entrevista ao jornal Diário do Nordeste.
A crescente procura das pessoas pelo Parque do Cocó mostra-se plena numa manhã de domingo, quando há fluxo intenso de bicicletas, crianças brincando e gramado repleto de pequenos grupos com suas cestas de piquenique. É nesse dia também que ocorre o projeto Viva o Parque, reinaugurado em novembro. Diversas atividades esportivas e culturais são oferecidas gratuitamente, tais como ioga, massoterapia, arborismo e slack-line. As trilhas guiadas também atraem os que querem ter um contato mais próximo à natureza, muitas vezes em companhia dos animais de estimação. O passeio de barco é outro atrativo que dá a oportunidade de conhecer um pouco do Cocó por dentro do rio, em trecho de 20 minutos entre as pontes das avenidas Sebastião de Abreu e Washington Soares.
É considerado de grande importância tanto para a cidade, que tem uma enorme área de lazer com diversas atividades e espaços onde tanto a população, quanto os turistas e visitantes podem desfrutar de um total convívio com a natureza em suas trilhas, esquecendo assim os problemas e o estresse do dia a dia na metrópole sem sair da cidade, como para a biodiversidade local que é protegida dentro de seus limites.
Contendo diversas espécies de vida animal e vegetal endêmicas e ameaçadas, ele é considerado a herança cultural e ecológica mais importante de Fortaleza. Ambientalmente, ele serve para reduzir a temperatura do ar, sendo considerado um ”grande pulmão” da cidade, e também forma uma bacia protetora que previne enchentes durante tempos de fortes chuvas. Economicamente, o parque é de extrema importância para a cidade, gerando uma grande renda anual por conta do turismo ecológico.
Parque Estadual Rio Cocó Fortaleza História
Em tempos passados, nas áreas que hoje compreendem o Parque do Cocó e seu entorno, existiam muitos sítios. Entre eles, o sítio do Senhor Antônio Diogo de Siqueira filho, que fazia a extração de sal na salina Diogo, respectivamente. Com a queda na produção de sal, no final dos anos 70, as salinas foram desativadas. Assim, deu-se inicio a instalação de residencias e equipamentos sociais nessas áreas. O sonho de manter na cidade uma região com natureza preservada tomou forças no mesmo período, quando os primeiros movimentos ambientalistas de Fortaleza resolveram lutar pela criação do que se tornaria o Parque do Cocó. A princípio, as manifestações aconteceram contrárias à construção da sede do Banco do Nordeste, no bairro São João do Tauape. Essas manifestações levaram as autoridades a declarar a primeira área do rio Cocó a ser protegida, em 29 de março de 1977, quando foi declarada de utilidade pública para desapropriação e foi impedida a construção do que seria a sede do BNB. Em 11 de novembro de 1983, o decreto municipal número 5.754 deu a denominação de Parque Adhail Barreto àqueles 10 hectares.
Em 5 de setembro de 1989 o decreto estadual número 20.253 cria o Parque Ecológico do Cocó e expandido em 8 de junho de 1993 atualmente abrange uma área de 1.155,2 hectares. No entanto, não houve a consolidação do Parque do ponto de vista legal, o que gerou diversas invasões em seu entorno. Os dois decretos de desapropriação caducaram e a regularização fundiária não foi plenamente efetuada. No dia 6 de maio de 2016 foi apresentado pela Secretaria de Meio Ambiente do Ceará (SEMA),o projeto de regulamentação do Parque do Cocó, em uma audiência pública conjunta da Assembleia Legislativa e da Câmara de Vereadores de Fortaleza. O evento ocorreu no Complexo das Comissões, através da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa. A audiência contou com a participação de diversos ambientalistas.
Após 40 anos desde da primeira tentativa finalmente no dia 04 de junho de 2017 o Parque Estadual do Cocó foi oficializado pelo então governador do estado, Camilo Santana, em um evento realizado no equipamento. O governador anunciou também que já está garantido investimento de R$ 50 milhões em Infraestrutura do equipamento, como vias de proteção urbanística, além do cercamento da área. Outra novidade será a realização de um concurso internacional, onde paisagistas e arquitetos de todo mundo poderão sugerir ideias para contribuir a valorização do Parque. O evento contou também com a participação do prefeito Roberto Cláudio, empresários, ativistas ambientais, além de representantes do poder legislativo, estadual e municipal. Na oportunidade, também foi entregue a comenda “Amigos do Cocó” para personalidades que apoiaram a causa e ocorreu a inauguração do letreiro em homenagem ao Parque do Cocó. O novo projeto vai adequar a área como Unidade de Conservação de Proteção Integral segundo o Sistema Nacional (Snuc), indicando que o parque deve ser de posse e domínio público. A medida prevê o controle e a preservação do que é considerado o pulmão verde de Fortaleza e dá maior embasamento à atuação da gestão ambiental, policial e de fiscalização e monitoramento da área. A nova regulamentação foi viabilizada a partir de acordo entre o Governo Estadual e Secretaria do Patrimônio da União (SPU), responsável pelas áreas que foram anexadas, que a partir de agora passam ser gerenciadas pelo Estado, que também recebeu terras que antes pertenciam à Prefeitura de Fortaleza. Com o ato, o parque cearense vai superar, em tamanho, o Parque Ibirapuera, de São Paulo, e o Central Park, de Nova Iorque.
Parque Estadual Rio Cocó Áreas
Antes de sua oficialização o parque possuía três áreas estruturadas para atividades de lazer, esporte e cultura:
- O Parque Adhail Barreto foi a primeira área a propiciar o uso da área do rio Cocó. Durante muitos anos foi administrada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza sendo depois repassada para as mãos do governo do estado do Ceará durante a oficialização do parque. O espaço conta com Núcleo de Conscientização ambiental, playground, promoção de eventos culturais e artísticos, assim como educação ambiental, pista de Cooper, trenzinho e trilha ecológica.
- O Anfiteatro do Parque Estadual do Cocó, também conhecida como área urbanizada central, coração do Cocó ou simplesmente Cocó é a primeira área urbanizada pelo Governo do estado sendo a segunda intervenção por volta do ano de 1993. E areá mais conhecida e bem equipada do parque, contando com anfiteatro, quadras esportivas, pista para caminhada, parques infantis, acontecendo shows e eventos, passeios de barco, competições esportivas e educação ambiental e trilhas.
- A Área urbanizada do Tancredo Neves foi a ultima intervenção na área do parque. Após a remoção de famílias nas áreas do parque, o governo do estado implantou no local duas quadras esportivas, campos de futebol, pistas para caminhada, ciclovias e áreas infantis. O Governo do Estado anunciou ainda em maio, um mês antes da oficialização, a criação de seis novos espaços semelhantes a área do anfiteatro em outras regiões do parque. Os espaços a serem equipados são localizados nos seguintes bairros: Cidade 2000, Sabiaguaba (na Foz do Cocó), Dendê, Tancredo Neves e Aerolândia -, onde haverá ampliação do atual espaço de uso público para a prática de atividades esportivas.
O que encontrar no Parque Estadual do Rio Cocó
No parque você encontra:
Trilhas
No Parque Estadual do Cocó é possível percorrer trilhas de 135 até 1.350 metros. São trilhas interligadas que oferecem baixo nível de dificuldade, podendo ser percorridas por pessoas de todas as faixas etárias. O visitante pode optar em fazê-las a pé, de bicicleta e também acompanhado por cães de pequeno porte, sempre com coleiras e guias. Para fazer o percurso completo a pé, leva-se em média uma hora e meia. A caminhada pode ser acompanhada por educadores ambientais da SEMA. Há ainda uma equipe de policiais do Batalhão Policial Militar Ambiental (BPMA), que faz a segurança do local.
- Trilha Principal: 1.350 metros. Acessos principais: Avenidas Sebastião de Abreu (A3), Padre Antônio Tomás (A1) e Engenheiro Santana Jr (A2).
- Trilha da Lagoa: Possui um total de 530 metros, com acessos pela Trilha Principal (A2L) e pela Rua Arquiteto Reginaldo Rangel (A1L).
- Trilha do Rio: 135 metros. Acesso pela Trilha Principal (A) após a entrada pela Avenida Sebastião de Abreu.
Atividades
As ruínas das antigas Salinas Diogo localizam-se na entrada da Trilha do Rio. Antes criadores de gado, a família Diogo viu na exploração de sal um negócio complementar, já que era bastante usado para conservação da carne e do couro exportados para outras regiões. As lagoas que margeiam as trilhas do Cocó eram antigos tanques usados para secagem do sal. Quando a maré atinge 3.2 metros de altura acima do nível do mar as lagoas enchem de água salgada e no inverno cobrem as pontes, os campos de futebol e até as trilhas.
O passeio de barco pelo Rio Cocó tem 20 minutos de duração, partindo do Trapiche localizado na Av. Sebastião de Abreu até a ponte da Av. Engenheiro Santana Júnior. São seis dias de passeios semanais. As segunda-feiras ficam reservadas à limpeza do rio, com a retirada dos troncos e aguapés. Já a quarta é dia de passeio gratuito para estudantes de escolas públicas, acompanhado por um educador ambiental do parque. Para os passeios turísticos, cada vaga, das 18 que o Marta (nome do barco) tem, custa R$ 10. Para a incursão pelo rio se tornar viável, é preciso ser dia de maré cheia. O rio varia o nível, em maré cheia, de dois a três metros. Sem a maré, a lâmina não passa de 30 centímetros. Por isso, é preciso ligar e marcar cada viagem.
As áreas para piqueniques ficam à sombra de árvores. Uma das áreas fica próxima ao complexo esportivo e a outra área localiza-se no gramado, ao lado do Observatório do BPMA na avenida Engenheiro Santana Jr.
No anfiteatro, construído em 1989, concentram-se os eventos esportivos, culturais, de lazer e educação ambiental, destacando-se o projeto Viva o Parque que contempla atividades com foco em educação ambiental.
O Complexo esportivo constituído por campo de futebol de areia (Areninha do Cocó), duas quadras de volei de areia, uma quadra de futsal e um mini campo de golfe onde os frequentadores podem, aprender noções básicas das regras do esporte, como procede o jogo e poderão dar suas primeiras tacadas.
Equipamentos de Arvorismo constituídos por 12 estações e 9 etapas, com estrutura de cordas, tirolesa, cabos de aço e madeira, muro de escalada é uma das opções gratuitas de diversão do Parque do Cocó. A atividade que, no próximo mês completa um ano de reabertura, permite que visitantes percebam o parque pelo olhar da aventura. São 11 monitores responsáveis por orientar e garantir a segurança dos participantes.
Parque Estadual do Rio Cocó Diversidade Biológica
O Parque contem uma grande variedade de ecossistemas, dos quais pode-se destacar: Dunas, Manguezais, Caatinga, Planícies Litorâneas, Planícies Flúvio-marinha.
Em relação à flora, o Inventário Florestal Nacional, divulgado no dia 9 de dezembro, trouxe a análise de um total de 1,2 hectares do Parque, identificando a predominância do mangue em 68% da área amostrada, seguido por 24% de corpos d’água e 8% como vegetação de restinga arbustiva. As espécies de mangue-branco, mangue-preto e mangue-vermelho são as que chamam maior atenção pela ocorrência na área, respondendo por mais de 90% dos indivíduos mensurados pela pesquisa.
Palco das inter-relações entre diversas espécies naturais, o manguezal é um dos ecossistemas mais poderosos desenvolvidos pela natureza. Ele atua desde a produção de alimentos à regulação do clima, proporcionando ainda circunstância ideal para o desenvolvimento de diversos organismos que ali se reproduzem.
Em Fortaleza, o poder de um manguezal como o que forma o estuário do rio Cocó é grande. Pesquisa realizada pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos, em 2011, comprovou que o ecossistema costeiro é capaz de armazenar até quatro vezes mais carbono que qualquer outra floresta no mundo, o que tem impacto direto na amenização do clima da região onde está localizado. Por outro lado, o manguezal é também um dos conjuntos naturais mais ameaçados em todo o planeta, com taxas de destruição até cinco vezes maior que a de outros ecossistemas importantes, como florestas e corais.
Símbolos do Parque do Cocó, os caranguejos se manifestam em diversas espécies na região, como aratu-vermelho, o guaiamum, o uçá e o chama-maré. Em meio ao rios, como os o exemplares de bagre, pema, saúna, cará, bodó, dentre outros. Mamíferos, répteis e anfíbios também têm seus representantes no inventário faunístico do Cocó. Salamandras, cobras como a coral verdadeira, a jararaca e a jiboia, além de iguanas, preás, guaxinins e raposas estão presentes no Parque. As aves, por sua vez, mostram suas diversidades de tamanhos e cores. Sibite-do-mangue, saracura, socó, canário-da-terra, anu, bem-te-vi, garça-branca pequena e o martim-pescador são algumas das espécies que habitam aquela área.
Horário de Funcionamento Parque Estadual do Rio Cocó em Fortaleza
- Diariamente das 05h30 às 17h45
Onde Fica, Endereço e Telefone Parque Estadual do Rio Cocó em Fortaleza
- Av. Padre Antônio Tomás, s/n – Cocó – Fortaleza – CE
- Telefone: (85) 3234-3574